quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A Arte da Vingança



Em uma sexta-feira nublada e úmida de 2007, Mongo e eu fomos à locadora, programando uma noite caseira, regada a um bom vinho. O sábado prometia ser pesado, então fazia todo o sentido ficar em casa naquela noite.
Chegando lá, rodando pelos corredores, mas focados nos lançamentos, cada um dava o seu “pitaco”. Entre a ficção e o romance, encontramos um casal que nos comentou das maravilhas da regravação para o cinema do clássido das telinhas, “Miami Vice”. Elogios a trama, aos atores, a trilha sonora, eram tantos que fomos compelidos a levar para casa aquela pseudo-obra do cinema contemporâneo.
Assistimos ao filme em absoluto silêncio, com algumas trocas de olhares durante aqueles longos (longuíssimos) minutos.
O que concluímos ao final: fomos vítimas de uma vingança. Para compartilhar de horas de vida jamais recuperadas, aquele casal nos passou a sina cruel de assistir ao lixo cinematográfico.
Vingança é uma arte, que não mede conseqüência e não sugere suas vítimas.
Acho que sou vítima de outra vingança desse mesmo gênero – escolhas mal feitas passadas adiante – mas prometo que daqui a sina jamais seguirá.
Portanto, não assista “Miami Vice” e não acredite em qualquer um...

2 comentários:

AXL disse...

Vingança só tem sentido se for consequência de um ato de justiça(direito e dever de todos). FOI DEUS SE...Este filme é o fim dos fins de todos os mundos já criados na fantasia do cinema. Bjs mil de quem te pariu e tá no mar!

Anônimo disse...

tua lembrança anda por aqui, tão constante
ando mexendo numas caixinhas de lembranças dentro de mim e ontem te achei. Achei tuas bonecas e nossos diálogos. Tuas nuvens. E nessa hora, no meio da tarde, quando eu deveria ter a cabeça enterrada nas leis, eu te escrevo. Minha vida mudou bastante - é a única coisa que eu consigo dizer, o resto eu sinto. Não sei se é retorno de Saturno, vontade de refazer as coisas, de ser imensamente feliz ou saudade mesmo...