terça-feira, 23 de dezembro de 2008

AGORA DEU!



sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Gaveta de Doces


Eu conheci uma casa muito diferente. Diziam ser um castelo, mas era de 'faz de conta'. As coisas por lá pareciam andar de maneira tão perfeita, estranhamente tão organizada. Parecia que por lá nenhuma vontade permanecia por muito tempo, quase podia se achar que a Fada Madrinha morava ali.
As coisas e cores combinavam matematicamente e os armários eram repletos de conforto. Como se o conforto estivesse tão somente na temperatura, no sabor, no valor e na textura, e as pessoas que ali estavam se empanturravam daquele conforto.
Conforto é algo altamente viciante, ele te absorve ao ponto de te impossibilitar o pensamento, apenas se quer mais e mais e pronto. Sem questionamento, sem dúvidas, sem opinião. Ainda mais quando ele brota dos armários, das gavetas, das mãos, mas nunca dos abraços, da sinceridade ou simplesmente do olhar.
É um escambo perigoso da mentira pelo doce. Parece um eterno dia das bruxa: Doce ou Travessura!
Como todo o vício, abrir mão dele é tão difícil, porque ele é parte de ti e tu te sentes parte dele. De repente, o rompimento te identifica como a parte viva do morto, mas os dias vão passando e o real conforto se apresenta adicionado com o brilhantismo da verdade, com o exemplo, com um mundo novo. Assim a vida se rompe numa viagem alucinante para dentro de nós. Uma viagem de conhecimento, reconhecimento, conciliação e de plenitude.
As perdas são a parte triste dessa viagem, mas nem sempre. Há perdas necessárias e extremamente salutares.
Se eu pudesse desejar algo para o mundo, eu desejaria que essas gavetas de doce fossem lacradas, os armários vedados. Queria que todas as pessoas descobrissem o que eu descobri e o que eu descubro todos os dias.
Eu tenho muito para aprender, e me sobra disposição para isso. Eu só preciso ter em mente quem eu sou, o resto é caminhada!


E quando as portas do castelo se abriram, 
eu me libertei e encontrei um lar todinho meu!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Força do DNA



Eu não conseguiria, mesmo que quisesse e não quero, fugir da força genética. O mesmo gene que escurece e encrespa meus cabelos, que mela meus olhos e me presenteou com um traseiro avantajado, me absorve no comportamento.
Minha família é feita de mulheres de personalidade forte, de postura masculinizada e de suavidade feminina em essência.
Nessa família compram-se brigas, qualquer briga que seja justa e que seja pelos nossos. Nosso DNA está treinado para amar com paixão e com violência. As mulheres deste sangue têm filhos aos sustos e escolhem bons exemplos. Seria prepotência vangloriar nossas inteligências, então vou dizer que nos dedicamos a aprimorar nosso intelecto com tudo e com todos.
As conversas a mesa são eloqüentes e com muitos decibéis. As convocações são compulsórias e aos gritos. As comidas são exóticas e as terapias holísticas são prerrogativa.
O DNA contemplou a todos a arte da piada ácida e da ironia, assim como a sensibilidade e a emoção latejante.
Nosso sangue é mais forte que água, seja para conduzir energia, seja para romper barreiras, seja para salvar vidas.
Essa família recebe com amor todo aquele que quiser saber de nós, mas repudia e se põe a lutar com todos que não respeitarem aquilo que é certo, sagrado, legal ou justo.
Pode chamar do que quiseres. Sabemos quem somos, sabemos o que somos e também sabemos o que seremos.

SE EU TIVESSE MAIS ALMA PRA DAR, EU DARIA. ISSO PRA MIM É VIVER!!!!!


A hora é agora!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

2009

É dezembro e o sol tropical do Rio de Janeiro brilha risonho. O verão prepara a avenida para a brincadeira começar. O pé já está assanhado por um samba, a cabeça, por um bom motivo e os lábios, por um beijo.

Engraçado como a estrada da vida nos trouxe até aqui, a impressão que dá é sempre foi samba, mas só agora é carnaval e esse é só o começo. O sonho está chegando e eu vim pra desfilar, até o fim.

Esse amor tem tantas rugas, porque rugas se fazem de sorrisos e não do tempo que ele vem transformando o verbo em poesia. O amor descobriu a gente e a gente descobre cada dia mais do amor.

Meu maior presente é o futuro!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Salve!



EU SOU D'OXUM!

sábado, 6 de dezembro de 2008

RE: Good news... better... wonderful good news!!!


Não sei se vale tudo, mas eu chorei lendo este e-mail e sigo chorando enquanto escrevo esse aqui.
Uma das melhores coisas da vida, o que nos faz humanos, é a habilidade de sonhar e o que nos faz extraordinários é fazer desses sonhos a realidade. Seja o sonho uma linda menina, seja uma casa de três andares, seja o homem dos sonhos, todos são teus e eles não terminam por aí.
Eu conheço algumas pessoas extraordinárias nessa vida, e uma delas é tu. Teus sonhos são tão reais quanto humanos e a energia que tu colocas neles é legítima, saudável, honesta e concreta.
Mas deixa eu corrigir uma coisa pequena, é "Lindo de Viver", porque nada tão lindo e tão valoroso te tira a vida. Te dá mais e mais dela!!!
Eu tenho um orgulho enorme de ti e tu és meu exemplo de ser humano. Quando eu for um (risos), eu não quero ser nada diferente de ti.
Eu queria estar contigo para carregar as caixas, assim como eu quis estar contigo para secar as lágrimas, mas nem sempre foi possível. O que eu posso te dizer que não importa onde eu esteja, tu está no meu coração.
Te amo, minha amiga, com toda a sinceridade desse mundo!
Parabéns e muitas flores para o teu jardim.

Beijos, Carol

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Versões da mesma história!

Tudo depende de um ponto de vista.
Você, e só você, pode escolher com qual quer ficar.
O menu é seu: Baseado em fatos reais, ficção, comédia, drama ou as coisas que te contam!!!
Para não falar daquilo que você se convence e conta como verdadeira trama mexicana.


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Para um Marcelo, por toda a minha vida

Dentro de mim tem algo que grita tão liricamente “é tudo tua culpa”.
Eu tenho coragem de falar em voz alta que te amo e a culpa é toda tua.
Eu tenho sonhos tão mortais e tão simples, e a culpa é toda tua.
Eu tenho o corpo livre de medo, bochechas com marcas de sorriso e a culpa é toda tua.
Eu sinto prazeres tão carnais, cometo pecados tão inacreditáveis e a culpa é toda tua.
Eu exploro o mundo com a coragem de quem vive sem medo de sobreviver e culpa é toda tua.
Eu nunca me senti tão Maria Carolina e a culpa é toda tua.
A culpa sou eu e eu sou toda tua!!!!!!!
Obrigada, meu amor!

sábado, 15 de novembro de 2008

Quem tem Santo não precisa de milagre


Nessa casa há um Sagrado Coração,
Este Santo tem nome,
Ele tem sobrenome,
Ele tem uma espada.

O Santo dessa casa é nobre,
Ele nos protege do mal e do pior,
O Santo nessa casa descansa,
Tem os pés sujos de areia e o corpo salgado de mar.

Nessa casa há um Santo,
E nesta casa só há música,
Teus gritos ecoam do lado de fora,
E nessa casa ninguém chora.

O Santo dessa casa não deixa que nos alcance,
Dobra teus braços,
Impede tuas unhas de tocarem nossa carne,
E tu cortarás a própria pelagem e viverás dela.

O Santo dessa casa é de montaria,
Aqui é Ele e só Ele quem vigia,
Teus olhos refletem apenas o que há em ti,
Nessa casa tu não participas da alegria.

Nessa casa o Santo é Jorge,
E eu sou da sua companhia!!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Síndrome de Charlie Brown

E eu, uma pedra!!!!




segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Família Fermentada!!!


Para a santidade que nos une!
Para o sangue que nos une!
Para o amor que nos une!
Para os sinais que recebemos!
Para os anjos que recebemos também!
Para a irmandade!!!
Para meus dindos!
Por meus dindos!
Para sempre!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

TOP ME

Momentos construtores de caráter:

      Trágicos:

1)      Esperar a Ise chegar para contar que a mãe dela tinha falecido. Foi horrível e interminável. Ninguém precisou dizer nada, ela soube subindo as escadas. Foi o dia que eu vi a dor da alma;

2)      Chegar no velório do meu avô materno e ouvir minha vó dizer para meu irmão: “Morreu meu coração”;

3)      Impróprio!

4)      Uma semana antes de o meu avô paterno falecer. Uma das últimas visitas que eu fiz a ele.

 

Emocionantes

1)      O dia em que conheci João Vitor, meu afilhado;

2)      Dia do meu casamento empatado com a primeira vez que beijei o Marcelo;

3)      Cantar o hino nacional após assinar meu contrato de trabalho;

4)      Buscar o Vini na casa da dona da mãe dele.

 

Felizes:

1)      A viagem para o Rio de carro;

2)      O dia que chegou o sofá (certo);

3)      Todas as manhãs e tardes na beira da praia com as minhas cunhadas;

4)      Cinema com qualquer uma das minhas afilhadas.


 Marcas de transição:

1)      O dragão que trago nas costas;

2)      Os beijos, o sexo e a emoção diária;

3)      Francine e Tito;

4)      A habilidade de dizer não.


Comidas altamente aceitas:

1)      Gnocchi – com molho, sem molho de qualquer jeito;

2)      Sushi – em qualquer tempo;

3)      Churrasco – quanto mais, melhor!!!

4)      Feijão!!!!

 

Sobremesas “do peru”:

1)      Sorvete – sempre;

2)      Sagu de vinho – se for o da Vó Lena, melhor ainda;

3)      Pudim de leite;

4)      Quindim.

 

Vistas inesquecíveis:

1)      Alto do Pão de Açúcar / Rio de Janeiro-RJ – acho que a primeira vez foi tão mágica porque a companhia era perfeita e a paixão era altamente carnal;

2)      Salto do Ventoso/ Farroupilha - RS – lindo, com frio e depois lindo com calor;

3)      Minha varanda – desculpa ser esnobe nessa hora. Só estando aqui para ver;

4)      Praia da Tartaruga,/ Búzios-RJ – vale muito a pena.

 

Escatologias, burras e podres que me fazem rir muito:

1)      Loucas aventuras de Billy e Mandy – desenho do cartoon network, muito engraçao, politicamente incorreto e completamente inapropriado para menores de 16 anos;

2)      Os Simpsons – me nego a explicar o que é, se alguém no mundo não sabe, está no mundo errado;

3)      Filme “Eurotrip” traduzido como “Passaporte para a confusão” – é um filme tão ruim que é maravilhoso;

4)      American Pie – podre de tão bom.

 

Filminhos mela cueca que me enchem de suspiros

1)      Simplesmente Amor – filme simples, íntimo, porque a gente acaba se encontrando em algum deles. Muito fofo;

2)      Um lugar chamado Nothing Hill – hoje já é um clássico;

3)      De repente amor – filme querido sobre os desencontros e reencontros de um casal lindo. A trilha sonora deixa o filme ainda mais legal de ver;

4)      Bridget Jones – os dois, não tem como separar. Eu sou Bridget: gordinha, desajeitada, cheia de amor e muito fogo.

 

Seriados que controlam meu cronograma:

1)      Heroes – sensacional, estilo Marvel e muito intenso;

2)      Dexter – é o herói mais anti-social do mundo;

3)      Grey’s Anatomy - Seriously;

4)      Jon e Kate plus 8 – ah, eu amo criança!!!

 

Músicas que contam minha história (essa poderia ir sem fim):

1)      Andança – Beth Carvalho;

2)      All Star – Nando Reis;

3)      Kiss me - Sixpence None The Richer;

4)      Lado B Lado A – O Rappa.

 

E por aí vai!!!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Coaching



- Bem, para seu desenvolvimento profissional é importante ter o inglês?

- Humm, ok! Me esclareça uma coisa, Sra. Pepsi-cóloga, custa caro? Onde meu marido pode comprar e o que ele come?

- Não minha senhora, eu falo do idioma.

- Ah, como se pega idioma? Eu tenho um hematoma de ontem de noite, será que adianta?

- Putz grila!!!

- Ah, e eu estava pensando...

- Nossa, que espetáculo, faz tempo isso? Porque pelo visto não foi hoje.

- Na verdade foi uma sugestã. Talvez seje hora de trocar de carreira. Eu vivo sendo chamada de “meretrícima”, será que eu não deveria fazer algo tipo advogação?

- É minha filha, troca de carreira. Nessa aí é que é o teu futuro!


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- Amor, o que quer dizer "rau do iu ispell"?

- Como se soletra.

- Não sei, se soubesse não tinha perguntado.

- Aham... tá bom, poliglota!

- Olha, não tem razão pra ofender. É muito feio uma mulher "boca suja".

- Jesus, me salva!


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O baú abriu, foi sem querer!


  • Pensemos nas origens, enquanto mais uma vez Eva leva a culpa, Adão gostaria de ter um Adão para chamar de seu... ele pode, e deve, parecer com Eva. E essa é a origem do mal!!!!
  • Pensemos na árvore, em geral o problema está na raiz, mas é a fruta que cai primeiro! Caim não tinha Abel, então morte ao mais próximo disso. Sorte é que Abel é fênix, e voltou ainda mais forte!
  • Pensemos no pretérito imperfeito, eu adoro ser imperfeita. Me dá a chance de melhorar a cada dia!!! Viva o seu gerundio, que eu estou vivendo o infinitivo!
  • Pensemos no tamanho, porque ele faz a diferença. MUUUUUITA DIFERENÇA!

UPZ!!!!

Para Inês, a morta. Assim que sempre lembraremos de você:




sábado, 18 de outubro de 2008

Judas morre no final da história!!!!!


E TUDO VAI FICAR BEM!!!!!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Eu queria te falar...





Querido afilhado, eu gostaria de te falar sobre paixão, mas acho que teu pai vai ter mais tempo e experiência para te contar sobre como o coração dele bate forte por tua mãe e pelo colorado. Eu pensei em te explicar sobre a sublime arte de amar, mas tenho certeza de que tua mãe te mostra todos os dias como ele acontece, se supera, se espalha, se expande e se completa sem nunca terminar.

Eu poderia falar sobre como era a vida e as coisas que eu aprendi com o nosso avô. Eu poderia te ensinar a arrotar alto, eu poderia te falar sobre o Grêmio ou eu poderia te ensinar a pedalar, mas é cedo. Tu vais aprender coisas tão mais legais e vais aprimorar técnicas “gossovaldas” por conta própria, tu tens todo o potencial.

Então eu decidi te contar um dos meus segredos, eu vou te falar sobre o arrepio. Ao longo da vida a gente aprende a reconhecer as nossas emoções, e a tradução mais física das coisas do coração é o arrepio. Ele vem como uma onda que cobre a pele de uma aspereza gostosa, gelada, aflita ou emocionada. Foi assim que meu corpo reagiu emocionado quando eu soube da tua chegada.

Então, meu amor:

  • Fique atento para os arrepios de medo, geralmente vem antes das coisas ruins e são um sinal para parar.
  • Aproveita cada segundo dos arrepios quem vem dos carinhos de quem te ama.
  • Passa adiante os arrepios de beijos no pescoço.
  • Lamente e resista aos arrepios de saudade.
  • Evite, os de frio.
  • Jamais esqueça os que acompanharem os primeiros beijos e as descobertas fantásticas.
  • Sorria com aqueles que vêm os espirros.
  • Administre os de raiva e os de nojo.
  • Descubra milhões de fórmulas para que eles aconteçam e que sejam sempre “do bem”.
  • Me conte dos que eu não conheço.
  • E não esqueça de me arrepiar sempre que te vejo.

 

 

Para meu João Vitor!

Um beijo, uma mordida e um arrepio!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Vale lembrar - Também morre quem atira!!!


"Daria um livro por dia
sobre arte, honestidade e sacrifício."

Crônicas do Sabiá: O Tronco, o menino e o mosquitinho



Era um carnaval rançoso de 1980 e muitos. Faltavam poucos dias para o fim do verão e sobravam poucas das mais poucas almas brincando pelo Sítio do Sabiá. Para completar o tédio, o dia estava chuvoso e a televisão estava fora de operações.
Éramos cinco crianças esquecidas pela ressacas dos adultos e decidimos imaginar cenas e aventuras por aqueles gramados íngremes, pedras e troncos cobertos de limo.
A mais velha, que tinha lá por seus 15 anos, puxava o batalhão. Corríamos morro abaixo, subíamos as goiabeiras molhadas, gritávamos para ouvir o eco. Havia apenas um menino no pequeno grupo, meu irmão Pedro. Ele, sem dúvida, era o mais entediado.
A tarde começava a dar sinais de cansaço quando avistamos um tronco, quase histórico, cheios de pregos e gosmas do tempo, que lhe concediam um ar um tanto quando sombrio. Aquele foi batizado imediatamente de “O tronco da morte” e a brincadeira era simples, todos deveríamos atravessar o tronco sem cair. O último seria a mulher do padre!
Eu tive medo do tronco, naquela época, achava que não havia mal nenhum em ser a mulher do padre! Então fui a última da turma a entrar na brincadeira. A mais velha foi a primeira a cumprir a tarefa e Pedro foi logo atrás, ele não seria a mulher do padre, nem mesmo se o padre fosse uma linda loirinha mijon

Eu tinha colocado, corajosamente, meus dois pés de sete anos de idade sobre o tronco e quando vi meu irmão perder o equilíbrio e cair de joelhos sobre o tronco.

O primeiro instinto de uma irmã caçula foi a gargalhada. O Pedro riu também, enquanto tentava se levantar. Meu irmão sempre foi tão corajoso, e ele era orgulhoso. Orgulhoso demais para admitir para um bando de meninas que estava doendo, mas logo ele percebeu que não conseguiria se levantar.
- Ih, acho que tô grudado num chiclete!
- Pedro, tu tá sangrando!
- PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII, o mano se machucou! PAAAAAAAAAIIIII! PAAAAAAAAAAAIIIIIIII!
Nesse momento, choro instalado nas quatro meninas, pais e mães de todas as casas desciam a colina aos tombos e mas o Pedro, sem uma lágrima no rosto, apenas a mão sobre o joelho. Eu seguia a suas orientação: não olhar e gritar pelo nosso pai.
Em uma operação de mais ou menos 15 minutos, meu pai retirou o meu irmão das “unhas sanguinolentas do tronco da morte” e o colocou, heroicamente, sobre a mesa de churrasco.
Eu chorava compulsivamente enquanto o médico que também passava o carnaval no sítio tentava acalmar as famílias que estavam ali a assistir a vítima do tronco.
- Tá zuzu bein, vem um mosquitinho e dá uma picadinha, daí não dói mais, fiu Petro!

É, foi nesse dia que meu irmão decidiu ser médico... e foi nesse dia que eu conheci as aroeiras e que eu entendi que heróis também sangram.

 

"One love, one blood
One life you got to do what you should.
One life with each other: sisters, brothers.
One life, but we're not the same.
We get to carry each other, carry each other.
One love! One!"

Bono Vox


Agosto - É a lua, é o sol, é a luz



Coberta de noite ela tem olhos de morte, de uma escuridão onde a vida se perde e quer mais. Pequenina e enorme, como se eu fosse um grão de areia e ela, toda a terra na imensidão do universo. E ela é terra, a firmeza dos meus pés, o descanso para meu corpo e sólida, canceriana, eterna e verdadeira.
Senhora de toda a sabedoria. De onde a cor brota pelos dedos e a massa se torna forma, conteúdo, criança e criação. Ela é a dança desritmada da vida, sem planos e conclusões, apenas a apreciação, na vertigem entre o medo e surpresa.
Ela é a vibração do tambor e a voz custosa da flauta, que convoca os Deuses e isola os ratos, porque é dela todo o tempo e o seio de toda a vida.
É nela que começa e é nela que recomeça também.
Semente, sustento, energia, glória e multiplicação... minha mãe!

 

 

"Existe alguém em nós

Em muitos dentre nós

Esse alguém

Que brilha mais do que

Milhões de sóis

E que a escuridão

Conhece também..."

 

(Caetano Veloso)

Então julho...



Tudo nessa vida está exatamente onde deve estar, porque, de paisagem a opinião, tudo começa pelo ângulo que se enxerga o ponto. Não seriam iguais, o mestre e a traça, na sua paixão pelos livros? Seria mais um dia que termina ou outra noite que se inicia?
O fato é que sempre há uma nova chance de encontrar uma verdade, basta não ficar apegado em demasia no mesmo olhar. Não há nenhuma resposta absoluta porque é da pergunta que nasce o conhecimento.
PARA TODAS AS VERDADES, EU SEPRE PREFIRO A DÚVIDA!