Coberta de noite ela tem olhos de morte, de uma escuridão onde a vida se perde e quer mais. Pequenina e enorme, como se eu fosse um grão de areia e ela, toda a terra na imensidão do universo. E ela é terra, a firmeza dos meus pés, o descanso para meu corpo e sólida, canceriana, eterna e verdadeira.
Senhora de toda a sabedoria. De onde a cor brota pelos dedos e a massa se torna forma, conteúdo, criança e criação. Ela é a dança desritmada da vida, sem planos e conclusões, apenas a apreciação, na vertigem entre o medo e surpresa.
Ela é a vibração do tambor e a voz custosa da flauta, que convoca os Deuses e isola os ratos, porque é dela todo o tempo e o seio de toda a vida.
É nela que começa e é nela que recomeça também.
Semente, sustento, energia, glória e multiplicação... minha mãe!
"Existe alguém em nós
Em muitos dentre nós
Esse alguém
Que brilha mais do que
Milhões de sóis
E que a escuridão
Conhece também..."
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