quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Tinha que ser você

No verão de 2007, minhas primeiras férias no Rio de Janeiro, eu li “Marley & Eu”. Comprei o livro por impulso, na sala de embarque do Salgado Filho porque achei a sinopse muito boa. Comprei também “Memórias de Minhas Putas Tristes" do Garcia Marquez, que eu estava curiosa para ler havia algum tempo. “Devorei” Garcia Marquez durante o vôo mesmo, dei muita risada. Já o Marley eu li em 04 manhãs e tardes na beira da praia ou no sofá velho em casa.

Foi uma leitura ótima, rápida e muito prazerosa. Ainda mais para quem tem uma enorme devoção pelos Canis lupus familiaris.

Quem tem cachorro ou já teve cachorro, pode com certeza contar histórias cativantes, engraçadas ou até mesmo trágicas dessa relação de comunicação esquisita, onde um fala e o outro abana o rabo.

Eu tenho um cachorro e nossa relação é simbiótica, quase patológica. Ele é um ser de hábitos estranhos, tanto quanto os meus. Ele tem afeto precioso por determinados humanos, assim como eu. Ele detesta algumas pessoas ou classes, exatamente como eu. Ah, e ele tem problemas com a balança... OPS!

A gente se conheceu de uma maneira diferente. Eu tinha a incumbência de “recolher a mercadoria”, que seria vendida pelos “proprietários” do progenitor daquele minúsculo yorkshire. A orientação era pegar o menor e mais quietinho.

Chegando à casa das donas da mãe biológica dele, eu fui, literalmente, atacada a mordidas por ela, como se ela soubesse a minha tarefa por ali. Fui recebida com um abraço pela dona bípede da casa e encaminhada para a cozinha, onde se encontravam, em um cercadinho muito bem arrumado, quatro mini cães. Ao fundo encontrava-se dormindo o menor e mais quietinho. Bem na frente do cercado, sobre as duas patas traseiras e aos gritos eu conheci o que, até então, era chamado de “Gordo”.

O Gordo era o dobro do tamanho de seus irmãos, agitado, dengoso e dormia na cama dos proprietários da residência porque ele chorava a noite toda. E era exatamente o que eu precisava, embora ainda não soubesse!

Ele foi rebatizado, até porque ser o Gordo é altamente depreciante. Hoje ele se chama Marcos Vinícius, o Vini. Tem quase seis anos de idade, é muito educado no que diz respeito a hábitos sanitários e extremamente mal educado em todos os outros hábitos. É meu companheiro de aventuras, parceiro nas mudanças de vida, viaja pelo Brasil comigo, conhece a orla da Zona Sul Carioca melhor que eu e se esforça para agradar a todos que ele ama. Isso sempre foi assim!

Ele me faz uma pessoa mais capaz e capaz de qualquer coisa por ele e com ele.

Eu amo meu cachorro maluco e como diria Sinatra: “With all your faults, I love you still. It had to be you, wonderful you. IT HAVE TO BE YOU”!!!!



2 comentários:

AXL disse...

Dentro dele, dentro dele mora um anjo que roubou, que roubou nosso coração!

Unknown disse...

Nunca imaginei que sua relação com o Vini fosse assim! Lindo! Lindo!

Concordo com sua mãe: seu texto merece ser compartilhado.

Beijos no coração e diz pro Vini que mandei um AU AU!